Após uma semana sem aula na rede municipal devido ao temor pela onda de supostas ameaças, as escolas de Capão do Leão retornaram às atividades nesta segunda-feira (17). No entanto, um grupo de mães realizou uma manifestação contra a retomada sob a alegação de falta de segurança. O ato foi realizado em frente à Prefeitura e pedia a presença de agentes armados nas dependências das escolas.

Carine Monteiro, uma das lideranças da manifestação, cobrou do Município uma ação imediata para atender à reivindicação. “Queremos que neste momento a Prefeitura use a verba que existe no Município para a segurança dos nossos filhos nas escolas. E sim, estamos todas em pânico. Não vamos mandar nossos filhos para a escola até que nos deem garantias de segurança.”

De acordo com o grupo com cerca de 30 familiares de estudantes, o patrulhamento feito pela Brigada Militar próximo às escolas não é suficiente para garantir proteção. “A Brigada Militar de Capão do Leão tem apenas duas viaturas e são 13 escolas. Não tem como fazer a segurança de todas ao mesmo tempo. Por isso queremos segurança armada dentro das escolas, nos portões. Queremos muros em torno das escolas”, enfatizou Carine.

O grupo também reclamou da realização de aulas na rede estadual, onde os alunos estão tendo atividades normalmente. Conforme as mães que organizaram a manifestação, as escolas não contariam com total segurança com relação à entrada de pessoas estranhas.

De acordo com outra mãe, Cristiane Moraes, a presença de reforço na segurança é necessária para garantir o direito dos estudantes frequentarem as aulas. “Esse direito é assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e nós temos o dever de enviá-los, mas não estamos nos sentindo tranquilas de deixar nossos filhos por quatro horas sem uma proteção, sem segurança.”

Nenhuma ameaça, afirma prefeito
O prefeito Vilmar Schmitt (PP) conversou com as mães e afirmou já ter procurado Brigada Militar e Polícia Civil para tratar sobre as providências. Conforme o gestor, nenhuma escola do Município foi ameaçada, mas disse compartilhar da preocupação do grupo. “Estamos muito preocupados com esta insegurança que os pais estão nos passando, embora não tenha acontecido nada. Nós paramos as aulas por uma semana e para retornar as mães estão exigindo uma segurança que não podemos dar hoje.”

Ainda de acordo com o prefeito, houve pedido de vigilância armada. “Mas não posso tomar uma decisão desta, não posso simplesmente determinar que vigilantes saiam armados, porque nem capacitação para isso eles possuem. O que posso assegurar é que estamos trabalhando junto com a Brigada Militar e a Polícia Civil, buscando todas as alternativas possíveis.”

Schmitt informou ainda que o tema foi discutido em reunião de prefeitos da região e que no próximo dia 29, quando está prevista uma visita do governador Eduardo Leite (PSDB) à cidade, o assunto também será tratado. “Sempre tivemos segurança, mas a partir do acontecido na escola em Blumenau, temos que ter cautela em nossas ações. Temos que ter calma, estamos buscando alternativas e vamos fazer o possível para que tudo fiquem bem”, concluiu.